quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mudou Tudo e Quase Nada

Acho que estou falando comigo. Aqui é tipo aquele bar que você só frequenta quando quer ficar sozinha e pensar e chegar, ou não, a uma conclusão.
Estou madura, confesso. Comecei com este blog falando de um cara pelo qual fui apaixonada. Foi paixão de mais. Nú. Ele chama Paulo Antônio e morava em Mariana-MG.
Relatei todas as minhas dores e meus dramas. Adorei ter aquela dor, adoro hoje. Sabe, eu vivi, aquilo era adolescente, era real, hoje é tão importante pra mim. Olho pra trás e vejo o quanto eu não mudei.
A paixão mudou, mas o sofrimento é o mesmo, os dramas, as indagações...
A gente nunca muda, amadurece.
Mas eu ainda continuo muito aquela mesma de antes e de sempre. Depois do Paulo Antônio eu arurmei uns trocentos namorados, escrevi textos dramáticos pra todos, achei que me apaixonei por todos, sofri por todos...
Acontece é que desses muitos que passaram nenhum marcou. Talvez só o Paulo Antônio, que aliás, nunca foi meu namorado.
Acaba que a gente aperta a tecla delete com tanta veemência que tudo deleta mesmo. Msn, telefone, facebook, orkut, email. Sorrisos, lembranças, presentes, momentos...
Um dia que meu coração ardeu e quebrou por um ex eu escrevi um texto, aquilo doía eternamente que quase achei que nunca ia passar. Olha que passou, passou tão despercebido que fazendo compras na Zara ele me cumprimentou. Eu abaixei a cabeça e, incrédula, me escondi nas araras. Morrendo por dentro, e pensando "de onde ele surgiu?"
Sabe de onde ele surgiu? Ele surgiu de mim, já foi meu companheiro, nós já dividimos um período da vida, que, por mais curto que tenha sido, fez algum sentido, ou vai fazer.
Isso martelou tanto na minha cabeça, que teve que acontecer de novo. Há, mas é claro, com outro ex.
Como é que acordar ao lado de uma pessoa várias manhãs da sua vida te faz alguns meses depois enviar uma mensagem formal pelo facebook dela, que aliás, não te consta como amiga cobrando uma coisa que ficou esquecida com ela? Não sei de fato o que aconteceu. O ódio, a raiva, o rancor, ou até mesmo o amor podem ser responsáveis.
Mas foi isso mesmo. Foi tudo descartado, o que sobrou agora são palavras tortas e desajeitadas no corpo de uma mensagem formal. Só faltou terminar com:

Atenciosamente,

Ellen Martins
31 9537 1205

Eu me arrisquei num "beijos" morrendo por dentro se deveria ou não ter colocado aquilo. Até mencionei a conjunção pois, atingindo o ápice da formalidade e da falta de jeito.
Uma pena que isso tenha acontecido, uma pena porque agora estou na pior fase reflexiva da minha vida, colocando tudo em questão, indagando, e escrevendo textos dramáticos.
E quase nada mudou quando tudo mudou. Desde os namorados até o jeito de escrever o texto dramático. E tudo continua eternamente o mesmo quando tudo vira uma série de indagações e reflexões que se concretizam em textos dramáticos.
Vai ser sempre assim? Vou continuar no fim mandando mensagens tortas pra quem eu um dia amei? Ou quando é que, pra mim, alguém vai marcar tão profundamente a ponto de eu nunca me esquecer dos momentos, dos sorrisos e constar sempre na sua timeline?
Vivo buscando.

p.s.: por viver em busca, deve ser por isso que coleciono ex namorados.
p.s. 2: Atualmente estou namorando de novo, amando e vivendo cada manhã que eu acordo com ele, mas confesso que morrendo por dentro de ter que mandar outra mensagem formal via facebook. Aponta pra fé e rema!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Sobre Cobrança

Resolvi entrar numa aventurinha. Foi uma delícia no início.
Engraçado como nessa vida tudo funciona super bem no começo. É que a gente deixa de ser a gente pra entrar num ideal do que seria perfeito.
Ok, foi (quase) perfeito.
Muito gostoso não cobrar e ser cobrada, né? (Será que eu não fui cobrada?).
Ele pode sair sem ela. Ela pode sair sem ele.
Ele faz o que quer. Ela faz o que quer.
Vou confessar para vocês, guardem: é uma delícia relacionar-se sem cobranças.
Satisfação? Permissão? São palavras que jamais existem no voaculário desse amor.
"Ah, hoje eu não quero sair com você". "Tudo bem, faz o que você quiser, te amo".
É tão bom, e até saudável!
E pra quem vê de fora então? Um escândalo!
"O que você está fazendo sem sua namorada?".
Mas e aí? É uma prova de resistência, vou te falar...
Eu resisti várias vezes a pedir com jeitinho para ele não sair de casa. Mas não, "eu estou num relacionamento anti-cobrança, cada um faz o que quer e salve-se quem puder".
Tudo funciona bem no início. Mas SÓ no início.
A cobrança é inata. Filósofos deveriam escrever sobre isso, sabia?
Cobrança é quase um pecado original. Está arraigado na gente.
Vai ver a gente aprendeu com os nossos pais. Os meus cobraram e cobram muito de mim, até hoje.
A gente vai convivendo com isso, (e percebendo que a maioria das pessoas só funcionam quando são cobradas) e aí vai fazendo parte das nossas relações. Sejam elas namorado-namorada, professor-aluno, filho-pais...
Acho que a anti-cobrança está me enlouquecendo.
Não quero mais te ter por aí andando sem mim. Hoje eu estou em casa escrevendo esse texto e você na balada.
EU NÃO GOSTEI!
Pronto. Cansei de ser boba e fingir que isso me faz um bem danado.
NÃO FAZ. Não mais.
Não vou tolerar nada que não me faça valer a pena. Não quero, não posso, não vou!



Infelizmente, tudo têm seu limite.

Manual de instruções

Relacionamento podia ter manual de instruções.
Daqueles que são bem passo a passo.
Ah, podia vir com uma garantia também. Daquelas que a gente guarda muito bem guardada no fundo da gaveta.
Aí é só levar pra assistência técnica. Ok, fica tudo bem. Ele volta novo em folha.
A gente vai usando, usando, passam meses...
E quando não há mais garantia, a gente resolve levar naquele técnico do bairro.
Passa meses lá na lojinha. Empoeirando, e aí vão passando coisas na frente dele, e ele vai ficando de lado.
Aí a gente tenta consertar por conta própria.
Não têm mais garantia. Não funciona mais...Não têm aquele desempenho maravilhoso, aquela sincronia.
A gente tem que recorrer ao manual de intruções. Ao nosso manual de instruções.
Uso demasiado pode causar danos ao objeto.
Doação demasiada pode causar danos ao objeto.
Entrega demasiada pode causar danos ao objeto.
Esforço demasiado pode causar danos ao objeto.
Ele começa não tocando mais a música, aí a luzinha não acende mais, ele vai devagar quaaase parando.
E aí a gente vê que parou.
Nada nem ninguém pode fazer mais nada (eu bem que queria)
Mas quer saber? Tô cansada.
Quero o sabor do meu aparelho eletrônico novo.
Quero o sabor de descobrir a função de tal botão.
Manutenção deveria ser dada por duas pessoas. E não por uma só.

domingo, 5 de julho de 2009

Você é quase cruel.
Quem gosta, não julga.
Ser julgado é a pior coisa que existe (ainda mais pela pessoa que você gosta).
Eu estava investindo meus sentimentos.
De uma maneira tão linda, verdadeira, destemida e profunda...
Cada um desperta a Ellen que merece.
Você despertou a pior de todas.
Você fantasiou. Porque ela, nem se quer existe.
Fui eu mesma. Patricinha, fresca ou nojenta isso são apenas conceitos seus.
Eu não vou mudar para que você me aceite. Queria tanto, mas não posso.
Gosto tanto de você que tiraria de mim pra te dar. Ah, mas eu nao posso!
Isso iria me fazer tanta falta depois...
Como é que se passa quase um mês com uma pessoa, e ela só enxerga coisas ruins?
Eu fui tão verdadeira, e fui julgada de uma forma tão feia, me sinto um monte de merda.
Tudo o que você pensa e não disse eu descobri.
Queria ir te mostrar como eu sou verdadeiramente...
Mas como saber se vou conseguir mudar a idéia que você criou de mim? Se sem me conhecer direito você me julgou erradamente!
Talvez não seja do jeito que você queira.
Se eu me mostrasse dessa forma, estaria passando por cima do meu valor.
Ah, mas o que não fazemos quando gostamos de alguém, não é mesmo?
Será que valeria a pena?
Não que eu vá fingir ser alguém. Será que ainda vale a pena eu ir te mostrar quem é a Ellen que você não conheceu?
Me pego pensando que se você quisesse saber, teria passado mais um tempo comigo...
e não ter ido falar, de uma forma tão fria, calculista e simples tudo que você concluiu nesse seu cérebro que não para de pensar, não é mesmo? E que de intensa atividade começou a concluir coisas precipitadamente...
Mas sabe de uma coisa?
Nada que ninguém pense ou diga ao meu respeito vai mudar o meu valor.
Eu tenho grandes qualidades, não preciso de ninguém pra me dizer porque eu sei disso.
É preciso que você veja com seus próprios olhos, não preciso me explicar...
Ah, mas você não quis nem saber né?
Vou te contar o que você deve saber...
Eu amava andar, mesmo que longas distâncias, com você. Porque você é o único que me fazia refletir sobre vida e sociedade, essas coisas eram tão chatas, e com você elas eram tão importantes...
Adorava conversar na praça, ser interrompida por pipoqueiros bêbados e emos e ainda achava ótimo ficar a tarde inteira fora e gastar só 10 reais. Sabe porque? Eu sou simples, descomplicada, você não tem idéia! Posso de vez enquando dar meus pitis em paz?
Vou te contar uma coisa, aquilo era só pra te enxer, porque eu sou a única pessoa que vai de salto pra praça da liberdade, desce a avenida João Pinheiro inteira e da Aimorés até a Goiás pega ônibus domingo a noite chega em casa e vai contar pras amigas do dia incrível que eu tive e só escutava "porra, que dia esse cara vai te levar num lugar descente?" e "que programa de índio, Ellen" com o maior sorriso do mundo! Dentro de mim havia a certeza de que o meu encontro foi mesmo incrível, e que eu queria mais muitos destes porque eles me deixavam feliz, bem como as coisas simples da vida me deixam (mesmo que eu dê alguns pitis!)...
Queria que esse texto virasse uma carta, uma carta simples, linda e sincera. Sem julgamentos, como eu gostaria que fosse comigo...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Eu só posso entender quem não tem mais saco pra me ouvir sofrer. Eu não me aguento mais sofrendo, então, imagino quem tá em volta. Tem dias que voce se pergunta, mas porra, de onde vem tanta dor? Fazem 3 anos, essa porra não era pra tá diminuindo? Choro todos os dias, lembro todos os dias, nas coisas pequenas e nas grandes. Meu peito dói, todos os dias. Entendo as fofocas paralelas : "ai, lá vem ela de novo". E, juro por Deus, eu me controlo o mais que eu posso. Pelo menos pelo okkut e ao vivo. No blog não, porque o blog é meu, lê quem quer, quem gosta. Entendo as reviradas de olho, as bufadas, os "não fique assim", que na verdade querem dizer "não fique assim perto de mim, porque eu to de saco cheio". Os amigos tem prazo. Pra você cumprir. Que tenham prazo pra aturar a gente, certíssimos, faz muito tempo, é um saco, recue. Mas botar data pro sofrimento alheio acabar, não dá. Dai que fico muda. Falo aqui e na terapia, mas a terapia não dá conta da dor, que só alivia quando a gente fala sobre. Quando voce vira um chato profissional, voce acaba não tendo com quem conversar, a verdade é essa. Ou voce ouve um "para de sofrer" ou uma edificante lição de vida. Ninguém mais tem saco. Afinal, Ellen, fazem 3 anos, já ouvimos todas as histórias. Mas, peraí, posso ter um blog?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Você me pediu um cigarro

Você foi covarde. Seu amor é forte, seu corpo é fraco. Você foi covarde como tantas vezes fui por acreditar que a coragem viria depois. A coragem não vem depois. A coragem vem antes ou não vem. Não posso amaldiçoar sua covardia. Sua boca não é rápida como suas pernas para me agarrar. Minhas pernas não são tão rápidas quanto minha boca para lhe impedir. Você foi covarde. Pela gentileza de sempre dizer sim, repetidos sim, quando não estava ouvindo. Já desfrutei de sua covardia, ríspido recusá-la agora porque não me favorece. Porque não fui escolhido. Não aquecerei seu prato para servi-lo. Não partirei. Serei aquela que deveria ter sido, enterrada sem morrer, a que desapareceu permanecendo perto. Sou seu constrangimento mais alegre. Sua ferida, seu feriado. Com o tempo, serei sua vontade de se calar. De se retirar da sala. Não conhecerá meus hábitos de puxar o café antes de ficar pronto. De abrir as venezianas como quem procura reunir os chinelos ao vento. Você foi covarde, ninguém iria compreendê-lo. Hoje todos o compreendem, menos você mesmo. Você não se compreende depois disso. O que é imenso é estreito. O que é infinito fecha. Até o oceano tem becos e ruas sem saída. Até o oceano. Sua esperança não diminui a covardia. Quer um conselho? Finge que a dor que sente é a minha para entreter sua dor. Saudades ficam violentas quando mudamos de endereço. Saudades ficam insuportáveis quando mudamos de sentido.Você confunde sacrifício com covardia. Compreendo. Eu confundo amor com loucura. Cada um tem seus motivos, sua maneira de se convencer que fez o melhor, fez o que podia. Você me avisou que não tinha escolha. Nunca teria escolha. Você foi educado com a vida, pediu licença, agradeceu os presentes. Confiou que a vida logo o entenderia. E cederia. Engoliu uma palavra para dormir. Não serei vizinho de seu sobrenome. Seus nomes esperam um único nome que ficou para trás. Você não desencarnou, não se encarnou, deixou sua carne parada nas leituras. Morrer é continuar o que não foi vivido. Vai me continuar sem saber. Você foi covarde. Com sua ternura pálida, seu medo de tudo, sua polidez em cumprir as promessas. Você não aprendeu a mentir. Tampouco aprendeu a dizer a verdade. O dia está escuro e não soprarei a luz ao seu lado. O dia está lento e não haverá movimento nas ruas. Você não revidou nenhuma das agressões, não revidará mais essa. Você foi covarde. A mais bela covardia de minha vida. A mais comovida. A mais sincera. A mais dolorida. O que me atormenta é que sou capaz de amar sua covardia. Foi o que restou de você em mim.


Fabrício Carpinejar

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A gente pode ser bem mais do que isso!

Só pra variar, preocupe-se mais com o ser do que com o ter. Exercício que a maioria das pessoas tem deixado de lado, o que faz com que eu tenha medo de que as pessoas virem apenas uma imagem do orkut, feitas de Iphone, carro do ano, roupas de marca e deixem de sentir. Bonita palavra, a quanto tempo voce não SENTE? A quanto tempo voce não executa papel de gente?
Gente sente, ama, sorri, odeia, tem medos e sofre decepções.
Sou mais gente do que nunca nos últimos tempos. Aprendi a ser bem mais do que uma foto no orkut, aprendi a não esconder a minha essência, porque é a ela que as pessoas vão amar.
Ei, você, não faça tipo comigo. Me mostre sua essência, quero sentir e não me venha com superfícies! Quero mergulhar em você, na sua verdade nua e crua.